Aposto que você já ouviu falar que, hoje em dia, para ter sucesso profissional não é mais suficiente ter conhecimento da sua própria área de especialidade. Também é necessário desenvolver as chamadas soft skills ou habilidades comportamentais como capacidade de colaboração, pensamento crítico, liderança e criatividade, entre outras.
Inclusive, entra ano e sai ano, a criatividade é uma das habilidades que sempre está na lista das mais requisitadas pelo mercado de trabalho e você pode estar pensando que não tem o dom de ser criativo. Mas eu já te adianto que a criatividade está ao alcance de todos, pois é uma habilidade inata do ser humano.
Por isso mesmo, trouxe nesse oitavo episódio da série “Com a palavra”, o Eduardo Lopes para trazer luz a esse assunto. Ele é empreendedor, educador e escritor e a criatividade foi sempre uma espécie de bússola que o guiou por muitos caminhos e descobertas que o levaram a ser essa pessoa incrível que ele é e que admiro muito.
Sempre aprendo e me inspiro com o Edu. Para ele não tem tempo ruim, tem sim uma forte vontade e uma perguntinha poderosa “E se?” que podem te fazer concretizar sonhos e te levar mais longe do que você espera. Vem saber mais!
Crédito: arquivo pessoal do Eduardo Lopes.
Um cidadão do mundo que ama se reinventar e não tem medo de mudar
“Um ponto no mapa nunca irá me definir, já que por definição cada um é a soma de todas as experiências vividas.
E ainda há muito para viver, aprender e compartilhar.
O resto é paisagem”. (Eduardo Lopes)
Eduardo nasceu em Moçambique (África) e ainda criança se mudou com a família para o Rio de Janeiro. Na sequência foi morar em São Paulo, e depois foi para Portugal, onde vive até hoje.
Nessas várias andanças já foi chamado de o africano, o português, o carioca, o paulista, o brasileiro, mas ele não se apega a essas amarras e definições. Ele prefere dizer que a terra dele é “o planeta Terra”.
Ouso dizer que essas terras todas em que o Edu pisou e viveu certamente marcaram sua visão de mundo, sempre aberta a novas descobertas, mas nada comparado à influência do seu pai, que é uma das suas maiores referências tanto do ponto de vista pessoal quanto profissional:
“Além de ter sido um excelente pai, que nunca mediu esforços com a educação dos filhos, ele conseguiu montar do zero 3 negócios em 3 países diferentes em diversas fases da vida, e conseguiu ser bem-sucedido em todos. E essa é a grande lição: em qualquer altura é sempre possível recomeçar e ter sucesso no que se propuser a fazer”. (Eduardo Lopes)
Com essa forte influência empreendedora que recebeu desde o berço foi para ele muito natural escolher a faculdade de administração.
O pai dele, o seu Luís, era sócio de um posto de gasolina e de uma autopeça e desde criança o Edu cresceu nesses ambientes, ajudando o pai a fazer de tudo um pouco.
Isso deve ter sido um baita estímulo para ele desenvolver sua curiosidade e gosto por resolver problemas – aliás dois fortes componentes estimuladores da criatividade.
As tantas idas e vindas da família também incutiram nele o gosto por viajar e além do diploma de administrador obtido na Universidade Federal Fluminense, em Niterói, Edu também se formou como comissário de bordo com direito a certificado pelo DAC (Departamento de Aviação Civil). Mas acabou não ingressando nessa profissão.
Realizações que marcaram
Os momentos mais marcantes da sua carreira foram mesmo na área administrativa. Já na faculdade ele participou da criação de uma das primeiras empresas juniores de administração do RJ, o que para ele foi um grande aprendizado – o programa visava ajudar pequenos empreendedores a se tornarem mais produtivos e competitivos.
Essa experiência o levou a ser aprovado em um dos programas de estágio mais concorridos da época – o da Esso (Exxon-Mobil), e coincidência do destino ou não, ele voltou a conviver com postos de gasolina, mas dessa vez na área de vendas.
Anos depois, ainda passou por outras empresas, até chegar à área de estratégia de marketing e produtos da Ticket – um marco importante na vida dele e que também coincide com uma experiência que desenvolveu no paralelo e mudou muito sua forma de se relacionar com as pessoas e o mundo.
Novos desafios e uma família para chamar de sua
Nos anos 2000, ele apresentou por cinco anos o programa esportivo “Casaca” na rádio Bandeirantes AM/RJ e tinha que entrevistar com frequência os profissionais do clube e comentar assuntos os mais diversos.
Essa experiência deu a ele a segurança que faltava para falar em público e acabou abrindo portas para atuar como palestrante e porta-voz de imprensa na Ticket, sem contar que o fez desenvolver seu lado comunicador-educador que cultiva até hoje.
Na Ticket, participou da criação de um produto que se tornou caso de sucesso, rendendo um faturamento de 1 bilhão/ano para a empresa na ocasião, e que é motivo de muito orgulho para ele. Foi lá que também conheceu sua esposa, Daniela, se mudou para São Paulo, “cidade que aprendeu a amar” como ele mesmo diz, e se tornou pai da sua princesa Sophia.
“Desde que a minha filha nasceu passei a enxergar o mundo e as pessoas de uma outra forma, o que me faz repensar diariamente sobre os impactos das minhas ações e a forma de me relacionar com tudo e todos”. (Eduardo Lopes)
Em 2017, deu até palestra falando sobre o que as crianças podem nos ensinar num evento de criatividade do Murilo Gun. Vale assistir a esses oito minutinhos de pura inspiração e provocação! 😉
Até 2019, o Murilo Gun fazia um encontro anual dos alunos do curso de criatividade. Nesse evento, ele selecionava os temas mais instigantes que pudessem ampliar o repertório criativo dos participantes e os autores apresentavam uma palestra curta – TEDinho – no estilo das palestras do TED Talks.
Um novo porto para se ancorar
Passado algum tempo do nascimento da Sophia, seu pai, que estava morando em Portugal, ficou doente, então, Edu decidiu se mudar para lá para dar suporte e também ajudar na cafeteria da família.
Em paralelo, acabou montando a sua primeira empresa – um clube de livro infantil para venda on-line, que infelizmente não sobreviveu frente às grandes editoras portuguesas. Mas isso não o desanimou a montar sua segunda empresa que está em pleno vigor até hoje, dedicada a área de transportes e logística
Além disso, e muito motivado por toda sua experiência na área de gestão decidiu, recentemente, criar uma empresa de consultoria para ajudar pessoas a transformarem os seus conhecimentos em negócios de valor – Welcome Inspiration (Seja bem-vinda Inspiração).
Um claro propósito e fortes paixões
Em sua trajetória, Edu aprendeu a “desconstruir certezas” que para ele muitas vezes acabam se tornando âncoras negativas, pois “fazem perder muito tempo” e nos impendem de seguir adiante.
“Aprendi a exercitar diariamente o olhar do aprendiz, olhando tudo como se estivesse vendo pela primeira vez.
E também aprendi que sempre é possível dar um primeiro passo para fazer as coisas com o que está ao nosso alcance”. (Eduardo Lopes)
Escolheu a criatividade como uma das suas principais causas na vida – se sente, em suas próprias palavras, um “carpinteiro do universo como cantava Raul Seixas”.
Escrever e ler livros, ouvir música, especialmente rock e punk rock, jogar futebol e brincar com a sua filha também são outras paixões que ele procura conciliar no seu dia a dia e que o alimentam nesse propósito de transformar a realidade.
Crédito: imagem retirada do Instagram do Edu – parte da coleção de CDs dos Ramones de quem ele é fã de carteirinha.
Futuros horizontes
Antes de tudo, Edu é um “concretizador” em constante movimento. Já tem livro publicado pela Amazon – “Se esquecer seu coração lá em casa, não o devolverei!”.
Link para o livro na Amazon – https://amzn.to/3wyRXz6
E além de reformular seu site, está em seus planos mais próximos publicar, até o final de 2022, mais quatro livros que inclusive já estão prontos – dois deles infantis, um de poesias e outro uma surpresa.
O seu primeiro livro infantil que acabou de ser oficialmente lançado é o “Quinta das Cortiças”. O livro é um suspense bem leve para crianças de 8 aos 12 anos, e tem como principal objetivo ajudar na discussão sobre que tipo de influencers os pais estão deixando os seus filhos assistirem ou seguirem.
E toda a campanha está sendo feita por meio de financiamento coletivo e se ele bater a meta inicial, 10% do valor total final arrecadado será doado para Fundação Dorina Nowill, que tem um trabalho de excelência junto às pessoas com deficiência visual.
Pontos de convergência
Eu falo muito que as palavras carregam não apenas significados, mas sentimentos e intenções de quem as escreveu. Quando eu leio os conteúdos do Edu, consigo sentir sua melhor intenção de contribuir para transformar o mundo, compartilhando o que ele tem de melhor.
Para mim, o Edu é uma pessoa solar, sabe? Irradia seu conhecimento e inspiração de forma generosa. Eu o conheci na comunidade de “Escrita Criativa e Storytelling” do Dimitri Vieira.
Descobri, com o tempo, que além de sermos introvertidos, de alimentarmos nossa curiosidade com frequência e nutrir a paixão por ler e escrever, tínhamos mais um ponto em comum – ele também estudou com o Murilo Gun, palestrante e professor de criatividade.
Ele já publicou mais de 60 artigos só no LinkedIn, sem contar os quase 300 artigos que escreveu para o jornal on-line “Casaca”, que depois deu origem àquele programa de rádio, de mesmo nome, em que ele foi apresentador.
Eu poderia fazer facilmente uma lista com pelo menos 10 artigos dele que me impactaram. Vou resistir e citar apenas um. Deixo para você descobrir por si só os textos maravilhosos que ele escreve, cheios de simplicidade e, no entanto, muito profundos: “A importância de viver para evitar o suicídio criativo”.
Difícil resumir em poucos parágrafos uma história tão rica como a do Edu, mas agora deixo que você mesmo saboreie as inspiradoras palavras dele.
Com a palavra, Eduardo Lopes
1. O que é criatividade para você? Privilégio só de artistas, gênios ou crianças?
Eduardo:
“A criatividade é a não obviedade” (Eduardo Lopes)
É uma habilidade que nos permite encontrar soluções diferenciadas para resolver quaisquer tipos de problemas no presente e, assim, construir o futuro.
E ela não é privilégio de ninguém, pois todos nós nascemos com ela instalada de fábrica, mas quando passamos a viver no “piloto automático”, limitando-nos a repetir os padrões que já deram certo e não a exercitarmos, com o passar do tempo vamos ficando cada vez mais enferrujados.
Felizmente, como ela é uma habilidade e toda habilidade pode ser desenvolvida, em qualquer altura da vida poderemos desenferrujá-la a partir do momento em que voltemos a exercitá-la.
2. Que semelhanças ou diferenças existem entre criatividade e inovação? Como se relacionam entre si?
Eduardo: Na verdade, uma complementa a outra, pois enquanto a criatividade te faz gerar ideias novas (mundo interior), a inovação só acontece quando essas ideias são executadas (mundo exterior).
E elas estão presentes em tudo na vida, não só nos produtos e nas empresas. A criatividade pode, por exemplo, virar inovação em questão de segundos.
Em 2006, por exemplo, o Ronaldinho Gaúcho fez um gol numa cobrança de falta chutando a bola por debaixo da barreira.
Crédito: imagem do arquivo pessoal do Eduardo Lopes, retirada do YouTube.
Ele observou o padrão de que as barreiras sempre pulam. Formulou, então, uma ideia nova e inédita (E SE eu chutar rasteiro quando a barreira pular?) e o seu talento diferenciado ajudou-o a executar a jogada com perfeição.
Ou seja, em apenas 10 segundos, a criatividade virou uma inovação genial.
3. Como você alimenta sua inspiração e exercita ou estimula a sua criatividade?
Eduardo: O que alimenta a minha inspiração é a curiosidade, pois costumo dizer que não gosto de quase tudo, mas tudo me interessa.
Por exemplo, nunca assisti a uma corrida de Fórmula 1 e nem acompanho esse esporte, mas outro dia não pensei duas vezes em assistir ao documentário sobre o ex-piloto Michael Schumacher.
Aquilo me apresentou a um novo mundo e, sempre que isso acontece, tira o nosso cérebro da “zona de conforto”, pois aí ele começa a trabalhar para absorver essas novas referências.
Nessas horas, o que mais chama a atenção acaba ficando “guardado” em algum cantinho no cérebro – e isto poderá ser ou não resgatado em algum momento lá na frente, que é quando temos aqueles lampejos “do nada” e encontramos a peça que faltava para resolver algum problema.
“Por isso que a melhor forma de exercitar a criatividade é usar o “E SE?” quando algo nos chama a atenção, pois assim já vamos desenvolvendo o hábito de imaginar cenários para resolver soluções.” (Eduardo Lopes)
O meu primeiro livro infantil “Quinta das Cortiças”, inclusive, é um exemplo disto na prática.
Como pai curioso, outro dia entrei em alguns canais infantis do Youtube para conhecer melhor o nível do conteúdo de alguns youtubers que fazem sucesso com a molecada.
Um deles iria fazer um show e aquilo me deu o tal estalo: E SE esse cara na verdade não for tão bonzinho quanto parece? E SE ele for um vampiro, que está preparando uma armadilha neste show?
Nem acabei de assistir ao conteúdo dele e já fui escrever o livro, que nasceu rapidinho.
Neste caso, não estava procurando ideias para um livro, mas é só uma pequena mostra de como o processo fluiu com naturalidade, o que facilitará ainda mais quando tivermos “encucados” com algum problema para resolver.
4. O Fórum Econômico Mundial já nomeou, mais de uma vez, a criatividade como uma das habilidades necessárias para o futuro dos profissionais em geral. No que exatamente a criatividade pode ajudar as pessoas a serem melhores profissionais ou cidadãos?
Eduardo: A criatividade é um exercício constante de observação, correlação e solução. E tudo isso se resume a uma coisa que os seres humanos estão voluntariamente deixando de fazer, que é o pensar.
Afinal, pensar dá trabalho, né?
“Entretanto, quanto mais prestamos atenção às coisas e situações que nos rodeiam, e usarmos o “E SE?” para fazer essa ligação com as experiências que vamos acumulando em nosso cérebro, estamos criando novas formas para resolver os problemas – pessoais ou profissionais.
E é isto que faz a diferença em todas as áreas e aspectos da nossa vida.” (Eduardo Lopes)
5. Seu trabalho como consultor de estratégias para produtos e negócios se funda em 3 pilares – inspiração, criatividade e atitude. Pode explicar mais sobre esse seu trabalho, como chegou a essa estruturação e por que esses pilares importam?
Eduardo: Fazendo uma analogia com um jogo de futebol, a criatividade é como se fosse aquele meio-campista que joga com a camisa 10.
Ele não entra em campo sozinho e a sua função é fazer a ligação entre a defesa (o que está em nossa cabeça) e transformá-la num ataque perigoso (aplicação no mundo exterior), sempre buscando o gol (a solução efetiva do problema).
Ou seja, ela nunca vai surgir do nada, pois ela precisa dos inputs (inspiração), que serão processados para virarem produtos ou serviços, mas que só gerarão resultados (positivos ou negativos) quando forem executados (atitude).
Isto acaba gerando um ciclo virtuoso contínuo que se retroalimenta tanto para melhorar o que quer que seja que for construído, como também para ampliar ou criar novas possibilidades.
“E o meu trabalho é justamente esse: baseado no que cada pessoa tem de melhor, ajudar, através deste processo, a ter clareza sobre os problemas que ela pretende resolver para construir produtos e serviços que resolvam esta necessidade no mercado.” (Eduardo Lopes)
Aliás, sua paixão pela banda dos Ramones e esse propósito de ajudar as pessoas a tirarem do papel suas melhores ideias o inspirou a estruturar um curso incrível sobre produção de conteúdo e que está disponível na UDEMY – “Produção de conteúdo as punk as possible: aprenda a criar conteúdo autêntico e a driblar a barreia dos julgamentos no melhor estilo punk”.
6. Além de consultor, você também é escritor, poeta e produtor de conteúdo. Como você organiza seu tempo para aprimorar seus conhecimentos nessas áreas e realizar todas essas atividades? Algum método específico?
Eduardo: Por mais que o dia seja corrido, costumo sempre fazer duas coisas que acabam se complementando.
A primeira é ter uma folha à mão ou o bloco de notas do celular, e vou sempre anotando as coisas que mais me chamam a atenção.
A segunda é que, antes de dormir, todos os dias leio livros e artigos, ou assisto a vídeos curtos (basicamente de algum curso ou Ted) – e muitas vezes acabo sonhando com o que li. 🙂
Desta forma, me mantenho atualizado com as coisas que me interessam naquele momento e também vou formando o meu “arquivo de ideias”.
Então, normalmente nos finais de semana bem cedo, vou cruzando algumas coisas que me chamaram atenção com o arquivo de ideias, e assim uso esse tempo para organizar esses assuntos e escrever as newsletters, os artigos, os posts, assim como os capítulos dos livros.
7. Pensando ainda no seu lado escritor, você já teve bloqueio criativo? Quais suas dicas para superá-lo?
Eduardo: Volta e meia sempre, né? 🙂
É impossível não ter, mesmo com aquele processo que descrevi na última pergunta, e que tem funcionado muito bem para mim durante a maior parte do tempo.
Mas, nessas horas, costumo parar e ir fazer outra coisa: desenhar, lavar a louça, tomar banho ou caminhar, por exemplo.
E é aí que a “mágica” acontece: as ideias se alinham novamente, o fio da meada aparece e sigo em frente.
8. O que é escrita criativa para você? E como desenvolvê-la?
“Escrita criativa é a escrita original, onde cada um expõe aquilo que realmente tem dentro de si – e que vai justamente na contramão da escrita copiativa que infelizmente assola a internet por aí afora.
E a melhor forma de desenvolvê-la, por mais óbvio que isto seja, mas que é a pura verdade, é escrevendo.” (Eduardo Lopes)
Os cursos também são importantes e ajudam, mas você só vai encontrar a sua voz, o seu jeito e aprimorar a sua escrita, escrevendo – e muito!
Crédito: Imagem retirada do perfil do Eduardo Lopes no Instagram – um dos seus muitos poemas.
9. Como saber se estou sendo criativo? E por que isso é importante na hora de criar um negócio, realizar um projeto ou gerar um conteúdo para as redes?
Eduardo: Normalmente você estará sendo criativo sempre que conseguir resolver um problema trazendo algum elemento novo na solução, que em geral está relacionado às suas referências, pois isto é o que irá diferenciar o seu trabalho dos demais.
“Mas não fique preso a essa ‘necessidade’ de ser criativo 100% do tempo, pois ninguém consegue ser.” (Eduardo Lopes)
O mais importante é fazer o básico bem-feito – e muitas vezes isto não tem nada de “criativo”.
Entretanto, se o básico já estiver funcionando bem, é o que te dará liberdade para usar toda a sua criatividade no que realmente fará a diferença – para a sua vida e a dos seus clientes.
10. Quais as principais dicas que você daria para quem quer se tornar mais criativo ou criativa no seu dia a dia ou em seu trabalho, seja ele qual for?
“A principal dica para nos tornarmos mais criativos é sermos mais curiosos.
Afinal, quanto mais curiosos somos, mais descobertas fazemos, mais aumentamos o nosso repertório e mais favorecemos o nosso cérebro a fazer conexões entre coisas aparentemente desconexas para criar soluções diferenciadas quando mais precisamos.” (Eduardo Lopes)
Lembra do E SE?
Pois é, e a melhor forma de exercitar a curiosidade é tentar sempre furar a bolha em que estamos inseridos.
Por exemplo, há pouco tempo e infelizmente faleceu a cantora Marília Mendonça, que eu não conhecia e também nem é o tipo de música que curto.
Entretanto, lá fui ouvir e prestar atenção nas suas letras, e quando me dei conta já estava pesquisando sobre como essa espécie de movimento que ela liderou a transformou num fenômeno pop e o porquê foi importante para as mulheres.
Ou seja, furei a bolha e aproveitei toda a exposição do assunto para conhecer um pouco mais sobre essas outras questões, que até poderão gerar insights interessantes no meu trabalho, mas que de outra forma talvez continuasse ignorando um pouco mais.
11. Qual sua relação com o mundo da escrita, “amor ou guerra”?
Eduardo: A escrita é uma batalha cruel entre o nosso cérebro e o papel/teclado, que suga a nossa alma, deixa o coração em frangalhos e o corpo moído, mas que no final das contas acaba virando um grande caso de amor quando olhamos para o resultado final e conseguimos abrir um largo sorriso – até a próxima batalha começar.
12. Se você tivesse que conversar com um(a) escritor(a) qual seria, por qual razão e o que você gostaria de falar ou perguntar a ele(a)?
Eduardo: Do Paulo Coelho ao George R.R. Martin, passando pelo Stephen King, há tantos, mas vou escolher o Mia Couto, do qual também sou fã.
Assim como ele, também nasci em Moçambique, mas saí de lá com 3 anos, e queria conversar com ele sobre a nossa terra natal, que conheço através dos seus livros.
E queria saber como é conviver com essa pressão de todo ano ser lembrado para o prêmio Nobel, mas ainda não ganhar, e se por acaso ele sente alguma responsabilidade adicional por ser um dos autores africanos mais conhecidos do mundo.
Dicas que gostaria de recomendar
Livro – “O jogo infinito” do Simon Sinek, que é uma forma sensacional de entendermos qual é o tipo de jogo que estamos jogando (nos negócios, etc) e como nos comportarmos neste tabuleiro do jogo da vida real.

Livro ilustrado infantil – “O que fazer com uma ideia?” do Kobi Yamada, que é uma grande reflexão criativa em família sobre… o que fazer com as nossas ideias. E dele também indico: O que fazer com um problema? e O que fazer com uma oportunidade?
– Vídeo – “Por que uma história pode mudar o mundo?” com o Raphael Draccon, onde este jovem escritor best seller narra sua incrível trajetória – e ele ainda nem tinha sido contratado pela Netflix.
Perfil – Thiago Dalleck, um dos mais talentosos e criativos escritores/produtores de conteúdo que vi nos últimos tempos.
Dica bônus: entre numa livraria, pegue o livro ilustrado “Quem quer este rinoceronte?” do Shel Silverstein, e veja como ele descobriu dezenas de utilizações para um rinoceronte dentro de casa. Esse é o espírito para enxergar o mundo e assim termos uma vida mais criativa e feliz. 😉
Frase ou palavra que o inspira
“A vida é o que ela é e não o que poderia ter sido”. (Eduardo Lopes)
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Espero que essa entrevista tenha lhe trazido muitas inspirações e ideias como acontece comigo quando interajo com o Eduardo Lopes.
Acompanhe de pertinho os conteúdos dele começando aqui no LinkedIn ou entre direto no seu site.
E ele também está presente no Instagram, no Telegram, e tem uma Newsletter muito bacana chamada “Círculos Virtuosos” que chega religiosamente todos os domingos na sua caixa de entrada. Para isso basta clicar nesse link para se inscrever gratuitamente – https://bit.ly/31TiU5n
Fora isso, que não é pouco, ele tem ainda um incrível curso sobre produção de conteúdo na Udemy – “Produção de conteúdo as punk as possible” e a campanha recém-lançada do seu primeiro livro infantil “Quinta das Cortiças”.
E se você tem uma ideia ou projeto e não sabe por onde começar ou que caminhos tomar para concretizar, chama o Edu para ser seu mentor – eduardo@eduardolopes.com ou manda uma mensagem para ele aqui no LinkedIn.
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Confira as entrevistas anteriores da série “Com a palavra”
#1 Vanessa Cioffi – “Saiba como o autoconhecimento pode te ajudar a se comunicar melhor”
#2 Maria Vitória – “Conheça o poder transformador da escrita”
#3 Esdras Pereira – “Quando as palavras tocam o leitor e “não voltam vazias”
#4 Patrícia Capeluto – “Quer fazer a diferença na sua comunicação? Esqueça suas certezas, seja curioso”
#5 Laíze Barros – “Entenda por que vale a pena embarcar na jornada do autoconhecimento”
#6 Priscilla Couto – “Evoluir na carreira pode ser mais fácil do que você imagina”
#7 Marinella de Souza – “A hora e a vez da educação midiática – a comunicação a serviço da transformação social e pessoal”
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