Você pode não perceber, mas passa boa parte de nossa vida escrevendo! Desde e-mails, recados, listas de compras, monografias, artigos, até metas, posts etc.

Porém, a sua relação com a escrita e o ato de se comunicar pela escrita nem sempre é tão fluida e tranquila, dependendo da finalidade e contexto, não é mesmo?

Por exemplo, se você tem que escrever para um blog post da companhia, onde e como encontrar ideias? Será que posso expressar meus sentimentos? Já se estou me comunicando num grupo de WhatsApp, qual deveria ser meu grau de preocupação quanto a escrever certo ou errado?

E no trabalho não há notas como no ambiente escolar ou acadêmico, mas tem os gestores, os colegas e o cliente do lado de lá e, assim como nas redes sociais, eu tenho que me expor ao possível julgamento e crítica alheia. E tem ainda os prazos “apertados” e parece que o tempo é meu pior inimigo. Isso certamente me traz alguma inquietação ou ansiedade.

Acredito que todos esses questionamentos e desconfortos, que em algum momento surgem, são fruto de associações nem sempre positivas, e muitas vezes inconscientes, que nos impedem de trilhar caminhos descomplicados e usufruir dos benefícios quando o assunto é escrever e se comunicar por escrito.

Escrever não precisa ser um bicho de sete cabeças!

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Crédito: Giphy

Quais são os benefícios de escrever melhor?

Nesse mundo digital, todo mundo tem possibilidade e oportunidade de sobra de se expor e marcar sua presença com produção de conteúdo. E o início de grande parte desses conteúdos, sejam escritos ou audiovisuais, passam primeiro pela escrita.

Assim, escrever bem é uma das ferramentas, e poderosa por sinal, que pode ajudar a projetar sua imagem e marca pessoal de modo bem positivo, transmitindo mais credibilidade para a construção de conexões de real valor com o seu público.

Reiterando, escrever bem pode ajudar a impactar o outro com nossa mensagem e a criar um relacionamento autêntico. Isso gera uma comunicação eficaz e assertiva que nada mais é que uma comunicação que consegue transmitir as informações com clareza, com respeito ao outro, e atingindo o retorno desejado.

Além disso, posso afirmar que escrever bem e com frequência ajuda a melhorar:

  • Seu poder de concentração;
  • Seu raciocínio crítico;
  • Sua empatia.

Mas por que você trava quando o assunto é se comunicar por escrito?

No fundo, tudo o que você quer é poder escrever o que quiser e o que precisa para que sua mensagem seja entendida de maneira mais eficaz possível pelo outro.

Porém, a comunicação escrita está muito associada a normas e regras aprendidas na escola. Todo mundo aprendeu gramática, com suas normas, regras e exceções muitas vezes sem aparente sentido lógico.

Em linhas gerais e muito provavelmente nesse momento, vários sentimentos foram atreldos ao ato de escrever que vai desde a obrigação, raiva, procrastinação, desconforto, ansiedade, estresse até o seu extremo oposto como prazer, alegria, alívio terapêutico, e por aí vai.

Para melhorar minha comunicação escrita é fundamental identificar primeiro que sentimentos você tem com relação ao ato de escrever e se comunicar pela escrita.

Se você tem algum sentimento negativo, seria bacana se você pudesse reconhecer esses “vilões” primeiro para poder aplicar um “antídoto”. Sem isso, mesmo que você aprenda regras e técnicas, vai continuar a escrever textos “politicamente corretos”, mas sem conexão com sua “alma”, o que pode não impactar o outro em todo o seu potencial possível.

Se sua relação é prazerosa, ótimo. Saber sobre os bloqueios, medos e dificuldades e como lidar com eles só irá agregar ao seu conhecimento com essas dicas práticas. E isso só irá aumentar as chances de sua comunicação escrita ser um meio certeiro de construir um diálogo genuíno com o outro.

Dificuldades e oportunidades

Escrever e se comunicar de maneira clara e assertiva muitas vezes não é fácil e tem origem em bloqueios, mitos e/ou crenças limitantes. Distingui alguns vilões nesse processo e escolhi neste artigo falar de três e alguns antídotos para melhorar sua relação com a comunicação escrita:

  1. Falta de ideias e criatividade
  2. Falta de tempo para escrever
  3. Não gostar de gramática

E quando você vencer esses vilões vai perceber que eles são na verdade uma grande chance para você aprimorar a sua habilidade de escrever e de se comunicar por escrito. Vamos ao ataque?

 

Crédito: Giphy

1. Falta de ideias e criatividade

Nesse mundo VUCA (Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo), a tecnologia, a automação, os algoritmos, as máquinas e os robôs estão cada vez mais presentes, e vai ser cada vez mais fundamental ser criativo.

A boa notícia, é que todos nós somos criativos, mas muitos acabam bloqueando essa habilidade por acreditar que é exclusiva de gênios ou artistas.

O fato é que uns acabam expressando sua criatividade mais facilmente, outros menos, mas no fundo estamos sempre às voltas com o ato de criar.

Os engenheiros, a indústria farmacêutica, do agronegócio criam soluções o tempo todo para atender às necessidades – construção de pontes, carros, vacinas, novas sementes etc. Em nosso dia a dia também criamos. Quando cozinhamos estamos criando, quando escrevemos também – um simples e-mail, um artigo, um post que seja.

A criatividade é uma habilidade que pode ser melhorada e desenvolvida. Mas como fazer isso, especialmente na escrita?

Dentre todas as dicas, gosto especialmente dessas duas:

  • Ampliar seu repertório emocional e mental.

Diversificar suas leituras, assistir a mais filmes, palestras, documentários, e experimentar fazer coisas diferentes, além do seu círculo profissional e do seu mundo de deveres e obrigações. Isso também vai ampliar seu vocabulário e abrir sua mente para novas possibilidades de experiências, conhecimento e ideias para escrever.

  • Aprender a pausar e relaxar.

Os momentos de ócio (fazer nada) facilitam para que novas ideias surjam com mais facilidade, pois quando você está relaxado, o momento de insights (ideias) acaba acontecendo com mais facilidade.

 2. Falta de tempo para escrever

O planejamento é importante para tudo. Contudo, para quem tem problemas com a gestão de tempo, ele é fundamental, assim como a mudança ou criação de hábitos e a prática. Então minha principal dica aqui, além de se planejar, é rever seus hábitos e praticar!

Todos nós temos objetivos na vida – grandes e pequenos – e para alcançá-los, muitas vezes será importante desmembrá-los em objetivos intermediários e menores, mudando nossos hábitos. Por exemplo, para subir uma enorme escadaria eu preciso dar um passo de cada vez e continuamente, assim uma hora eu vou chegar no topo.

E o que é um hábito? É um comportamento que se tornou automático pela repetição como escovar os dentes e tomar banho e que faz meu cérebro gastar menos energia.

Para criar um hábito eu preciso identificar primeiro o que quero para depois passar a repeti-lo, torná-lo frequente, assim ele se consolida em minha rotina.

No caso da escrita, por exemplo, sugiro o seguinte:

  • Estabelecer um dia e horário para escrever.

E também algum mecanismo de recompensa para cada vez que conseguir cumprir essa meta, por exemplo comer um chocolate, ouvir sua música favorita etc. Isso vai alimentar a sua motivação para continuar com seu novo hábito.

  • Praticar, praticar muito.

Ou seja, faça o novo hábito com frequência e constância e você irá colher resultados positivos. Com o tempo você vai perceber que se gastava meia hora para escrever um e-mail, certamente depois de muita prática, e obviamente dependendo da complexidade do assunto, você gastará pelo menos a metade do tempo.

3. Não gostar de gramática

A maneira como a pessoa se expressa diz muito sobre ela. Um texto mal escrito, ou seja, mal estruturado, sem nexo e com erros de gramática causam normalmente uma imagem ruim.

Assim, estar atento para evitar esses erros só irá lhe favorecer na construção da sua imagem profissional/pessoal e no relacionamento com o outro, para quem você escreve.

Acontece que como falei anteriormente, muitos não gostam de gramática.

Mas para escrever bem, mesmo que sejam as mensagens do nosso dia a dia, não estou falando aqui de textos mais elaborados como o de livros, artigos científicos ou teses, requer de novo uma certa paciência para aprender sim a gramática.

Sugiro essas três dicas:

  • Estudar a gramática sempre que necessário.

Há várias opções no mercado. E caso você não queira embarcar sozinho nessa jornada, é só achar um profissional com quem se identifique mais e usufruir dos seus ensinamentos. Há bons profissionais presentes na web e dedicados a tornar essa jornada mais leve. 😉

  • Consultar mais os dicionários.

Muitos devem achar que os dicionários só servem para achar os significados de uma palavra. Mas eles trazem mais informações úteis que são como a ficha de identificação, o ID, a impressão digital da palavra.

Destaco aqui os sinônimos (palavras com significado semelhante), antônimos (palavras com significado oposto), e exemplos de várias acepções/significados da palavra em diferentes contextos. Tudo isso auxilia a melhorar nosso vocabulário e facilita escolhermos as melhores palavras para transmitir a nossa mensagem. Há inclusive dicionários específicos somente de sinônimos e antônimos.

  • Ler mais.

A prática da leitura ajuda a alimentar seu repertório de ideias, experiências, vocabulário e estruturas de construção de texto, organizando melhor nossos pensamentos. Serve também como um exercício de concentração, imaginação e empatia.

No caso de livros de ficção por exemplo, quem já não se imaginou no lugar do protagonista, tentando entender a motivação do personagem, como ela vê as coisas, processa e age? Além do mais, isso também é uma grande fonte de inspiração.

 E agora uma dica peso pesado para qualquer vilão:

Pense no leitor ou receptor da sua mensagem.

A comunicação é um caminho de mão dupla que se constrói na correlação com o outro que é o leitor, ou receptor de sua mensagem.

Claro que você pode escrever textos para você próprio, um diário, um desabafo, suas metas. Entretanto, grande parte do que escrevemos e comunicamos pelo meio da escrita e ao longo de nossa vida de alfabetizados é para o outro.

Assim, exercite sua empatia e se coloque sob a perspectiva do outro procurando entender as suas motivações, pensamentos, necessidades etc. Começar a identificar seus próprios sentimentos como medos, anseios, bloqueios, aspirações e motivações é o primeiro passo.

Espero que essas dicas tenham sido úteis para você resolver alguns dos vilões que talvez te assombram e impeçam de você ter uma relação mais saudável e de confiança com o ato de escrever e a comunicação escrita.

Para mais dicas como essa, acesse meu e-book gratuito “Escrita e Comunicação descomplicada” aqui no site.

Vamos tirar esses vilões da frente e soltar o “bom verbo” e toda sua experiência e conhecimento que estão dentro de você? 😊

Crédito:Giphy

Crédito da imagem de abertura: Canva
Vera Natale

Author Vera Natale

Sou consultora e especialista em Escrita e Comunicação Descomplicada. Ajudo empresas e pessoas a traduzir ideias e projetos em palavras fáceis de entender e comunicar no seu dia a dia, por meio de técnicas criativas.

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