O convício (ops convívio 😄) com o digital já se tornou corriqueiro.

Não vivemos mais sem os aplicativos de mensagens, de delivery ou de compras on-line, nem sem acesso aos filmes transmitidos via streaming e obviamente as redes sociais.

As reuniões virtuais se tornaram o principal elo de relacionamento durante a pandemia do Coronavírus. Assim, é inegável a facilidade que o digital nos trouxe, porém, ainda há muitos desafios quando o assunto é se comunicar.

  • Cativar a atenção frente a enorme quantidade de informações que circula nas redes;
  • Ser relevante, fugindo do lugar-comum;
  • Engajar o público criando conexões autênticas;

Revisitar o básico, tipo fazer o arroz com feijão bem feito é um dos caminhos! O toque especial desse prato que todo mundo pode se servir, servir ao outro e fazer dar água na boca (por que não?) depende de algumas coisas que entendo como simples! 😉

O “arroz com feijão” da comunicação

A comunicação verbal se dá por meio da linguagem falada ou escrita. E os elementos necessários para que esse processo ocorra são:

• Emissor – ou emitente, é aquele que transmite a mensagem. Inicia o processo da comunicação.

• Receptor – também chamado interlocutor, destinatário ou ouvinte, é quem vai receber a mensagem.

• Mensagem – O que eu quero ou preciso dizer.

• Canal – Meio pelo qual a mensagem será enviada, seja físico ou virtual: mensagens eletrônicas como e-mails, em aplicativos de mensagens; cartas, etc.

• Contexto – engloba todos os elementos. É um conjunto de circunstâncias (como local, tempo e fatos) que ajuda a compreender a mensagem mais assertivamente.

• Código – Conjunto de sinais escolhidos pelo emissor que são usados no processo comunicativo para a transmissão da mensagem. Pode ser verbal ou não verbal: idioma, sinais de libras, sinais de trânsito, etc.

A falha em qualquer um desses elementos causa o que se chama de ruídos de comunicação que interferem no processo de transmitir a mensagem e conectar com o seu interlocutor. Se isso acontece, o entendimento fica comprometido, causando situações desconfortáveis ou até mesmo engraçadas.

Então, já está intrínseco nesse processo a necessidade de ter o outro para que o processo ocorra. Dessa forma o diálogo acontece e, se não ocorrerem os tais ruídos, há o entendimento de ambas as partes.

 A comunicação é um caminho de mão dupla. Sem o outro, não há conexão, não há comunicação!

Crédito: Giphy

Como descomplicar?

As principais características da comunicação no ambiente digital são a possibilidade de interação e a transparência, ou seja, desde que está na rede, tudo pode ser visto, conferido, comentado por todos e em qualquer instante.

Para uma comunicação eficiente, seja na produção de conteúdo pessoal ou nos canais da companhia em que você atua, você tem que considerar essas premissas e outras.

Vale, por exemplo, lembrar que a comunicação acontece o tempo inteiro, seja por linguagem verbal (falada e escrita) ou não-verbal (tom de voz, linguagem corporal, expressão facial, contato olho no olho, gestos, etc).

Assim, na comunicação pelos meios virtuais embora eu não tenha as mesmas possibilidades de interação que eu normalmente tenho no presencial, isso acontece de alguma forma, com outra característica e amplitude.

Nesse caso, é necessário prestar mais atenção aos gestos e expressões faciais que comunicam mesmo que você não esteja falando. Rir, bocejar ou ficar mexendo no celular são reações que podem parecer desrespeitosas para com o outro que está falando, gerando mal-entendidos desnecessários.

Por isso eu preciso mais do que nunca me ater à essência do processo de comunicação:

Eu preciso ter uma mensagem clara e empática para que a relação com o outro e a compreensão da mensagem aconteçam de modo eficiente.

Resumindo, se comunicar e escrever de forma descomplicada, sobretudo nesse ambiente, é estar atento para impactar de forma positiva o outro com minha mensagem, construindo uma conexão autêntica que só se dá na simplicidade e clareza.

O básico da escrita e comunicação descomplicada

Para quem precisa escrever nos canais de comunicação de uma empresa isso significa o seguinte:

1. Conhecer o ‘DNA’ da empresa

Ou seja, o propósito e valores que cultiva para estabelecer uma relação de transparência e coerência ao transmitir as mensagens. Isso abre portas para cativar a atenção do público de maneira exclusiva

Se uma empresa tem uma característica mais séria, um conteúdo de tom muito informal, mesmo que seja perfeitamente apropriado nas redes sociais, por exemplo, com gírias, não vai “lacrar” (arrasar ou mandar bem). Vai destoar da imagem da empresa. Tente achar um meio-termo.

2. Ter o cliente como centro da sua estratégia

Para isso, faça valer o jargão de conhecer seu público – hábitos, necessidades e desejos. Pesquisas são uma ótima forma de obter essas informações.

Afinal se comunicar é “dialogar com o outro”. E por mais maravilhoso que seja seu produto ou solução ele não vai ter nenhuma utilidade se o outro não o consumir.

Isso significa evitar ser “umbigocêntrico” (só olhar para o próprio umbigo).

Promover produtos faz parte da sobrevivência do negócio, mas só falar de si o tempo todo, não engaja ou não conecta genuinamente com o cliente, por exemplo. Você tem que falar da dor que você resolve principalmente.

No caso de comunicação interna, não é diferente. Assim como para o público externo, esse público precisa de atenção e se você se relacionar autenticamente com ele, a organização ganha embaixadores ou defensores da marca de forma espontânea.

3. Adaptar a linguagem

Usar uma linguagem acessível, com palavras simples, para facilitar o entendimento.

E diversificar os canais de divulgação e os formatos de conteúdo para os diferentes perfis e gerações, dentro ou fora da organização, também é essencial para criar e ampliar as oportunidades de diálogo e troca de experiências.

4. Analisar o impacto que seu conteúdo pode gerar no outro

Para isso, importante saber o seu objetivo e a intenção com o conteúdo que você está publicando – inspirar, entreter, educar, informar? Um planejamento é primordial.

A comunicação corporativa é a voz da empresa! Ela é importante para a fluidez das relações humanas e as empresas são feitas de pessoas e existem para pessoas!

E no lado pessoal como fica? Vale tudo o que foi dito acima, afinal ninguém consegue dissociar o seu lado profissional do pessoal:

1. Conhecer o seu ‘DNA’ – seu propósito, seus valores. Isso gera autenticidade.

2. Conhecer suas habilidades e paixões bem como seus pontos fracos. Isso te traz a sua exclusividade e gera mais confiança.

3. “Ouvir” ou conhecer o outro para quem você vai escrever, suas necessidades e desejos. Se quiser engajar de verdade, o outro tem que ser o centro desse processo.

4. Sempre escrever com um objetivo em mente – engajar, inspirar, educar?

5. Alimentar seu repertório ou bagagem mental e emocional, por exemplo, cultivando o hábito da leitura e de conteúdos diversos.

A prática da leitura melhora nossa concentração, a organização de ideias, capacidade de interpretação e nos inspira. No caso de obras de ficção, ajudam mais ainda a estimular nossa imaginação e empatia.

A sua comunicação pessoal, falada ou escrita, é espelho e vitrine – reflete quem é você e ao mesmo tempo te revela para o outro!

Crédito: Tenor

O tempero especial

O toque especial que coloca o “arroz com feijão” da sua comunicação em outro patamar é lembrar que:

Cada ser humano é único – seja no físico, na mente, na alma, no coração – cada um tem a sua jornada, bagagem, dores e sonhos, enfim a sua própria história que o torna especial. Nas empresas não é diferente.

Isso significa que quanto mais você investir em se autoconhecer e conhecer o seu público, mais possibilidade de ser autêntico e de se destacar no meio da multidão de conteúdos, falando de modo único e criando um real interesse pela sua narrativa.

Assim, eu descomplico o caminho da escrita para resolver as principais dores que comentei no início desse artigo – chamar a atenção, fugindo de clichês e do banal e gerar engajamento ou conexões que eu chamo de essenciais – a alma do processo comunicacional.

 É uma questão de exercitar suas habilidades de comunicação que são, na verdade, habilidades humanas e isso independe se o meio é virtual ou presencial – ter empatia e “ouvir” de forma ativa, com real interesse, a sua audiência!!!

Nessa palestra do TED TALKS FAAP, Marcelo Tas, jornalista, apresentador, diretor, escritor e roteirista (ufa!😄), comenta sobre a importância de “ouvir” no processo de comunicação.

 

Crédito: YouTube

Ferramentas gratuitas

Alguns recursos simples que podem te ajudar a ter ideias de conteúdo e o principal a “ouvir” o que o seu público quer e precisa para uma comunicação mais assertiva:

  • Google Suggest (Sugestão do Google)

Quando você busca uma palavra ou expressão no Google, ele apresenta um preenchimento automático ou se autocompleta. Isso é uma ferramenta muito boa para descobrir o que as pessoas estão buscando, pensando, precisando.

Se baseia nos dados de busca do Google para mapear palavras-chave mais procuradas pelos usuários.

Os resultados são apresentados em forma de perguntas relacionadas às palavras-chave e categorizadas em – por quê, o quê, como, onde, quando, etc. Isso traz uma nova perspectiva para as dores do seu público, além de ideias de conteúdo mais assertivas.

Você configura quais termos e expressões você quer receber os alertas e com que frequência – todos os dias, semanal, mensal, etc.

A ferramenta envia e-mails para os usuários quando determinado assunto é mencionado e indexado no buscador.

Você também pode usar para monitorar menção à sua marca, ou de sua empresa.

Uma ferramenta que permite acompanhar a evolução do número de buscas por uma determinada palavra-chave ao longo do tempo.

Vale destacar por fim que não podemos nos blindar contra os ruídos da comunicação ou até mesmo imprevistos.

Com certeza você já passou por um perrengue ou mal-entendido por que escreveu de forma nada clara em um e-mail, nas redes sociais, nos aplicativos de mensagens. O corretor que o diga, não é mesmo? 😅

Compartilha comigo qual seu maior desafio para escrever e se comunicar on-line?

Crédito: Tenor
Crédito da imagem de abertura: Campaign Creators no Unsplash.
Vera Natale

Author Vera Natale

Sou consultora e especialista em Escrita e Comunicação Descomplicada. Ajudo empresas e pessoas a traduzir ideias e projetos em palavras fáceis de entender e comunicar no seu dia a dia, por meio de técnicas criativas.

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