Parei para pensar naquela história de fazer limonada com os limões que a vida dá. A pandemia é o exemplo de “limão” mais marcante – virou o curso de milhares de vidas de ponta cabeça, do dia para a noite.
Mas será mesmo possível fazer a tal da doce limonada partindo de situações tão adversas?
Não tem receita de bolo, até mesmo porque cada ser humano é único e o que vale para mim, pode não valer para você. Mas tudo o que passa pela nossa vida deixa marcas e quer você queira ou não acaba aprendendo algo. Comigo não foi diferente.
Nesse artigo, vou compartilhar 5 coisas que aprendi em alguns cursos gratuitos que fiz recentemente como “Competências profissionais, emocionais e tecnológicas para tempos de mudança” (PUCRS); “BUG” (Perestroika); “Reaprendizagem Criativa” (Murilo Gun), e também com a Flávia Lippi, cientista de comportamento.
Talvez possam te ajudar assim como têm me ajudado. 😊
1. Agir ou não agir?
Diante de situações desconhecidas ou de perigo, nosso cérebro reage basicamente da seguinte forma para garantir a nossa sobrevivência e segurança – enfrentar e lutar ou fugir. Esse sistema cerebral é o mesmo há mais de 100 milhões de anos e é responsável pelas nossas respostas emocionais e comportamentos.
“Somos [seres] ancestrais em um mundo moderno” como diz a Flávia Lippi, mas cada um reage de um jeito. Por exemplo, durante a pandemia do Corona vírus, o excesso de oferta de cursos gratuitos causou para muitos (eu incluída) um grande incômodo – a sensação de não conseguir dar conta de tudo gerou ainda mais frustração e sentimento de impotência que o COVID 19 já tinha semeado.
No começo eu fiquei “doida”, querendo fazer uma agenda ninja para estudar e aprender. Depois me frustrei, pois, obviamente, não dei conta. Então, parei com essa meta insana de querer espremer até a casca do limão. Fui da ação total até o extremo oposto a inércia paralisante, até achar o meio-termo de fazer escolhas que hoje entendo serem mais conscientes.
Pude entender no curso da PUCRS e de modo mais “racional” aquilo que meu eu emocional já tinha apreendido de outra forma:
É ilusão querer controlar tudo que dirá o futuro, mas dá para agir e fazer a nossa parte, no nosso ritmo e ser um agente positivo de transformação da nossa própria vida.
Agir de modo estratégico é o que mais favorece em momentos incertos. Mas o que é estratégia?
Crédito: Giphy
2. Uma estratégia para chamar de sua
É impossível prever o futuro, pois tudo está em constante mudança. Segundo Leandro Karnal (PUCRS), ter uma estratégia permite enfrentar melhor os eventuais momentos de crises e as incertezas que irão sempre aparecer.
“Estratégia” vem do grego “strategia”, termo de origem militar, que significa um plano ou método para alcançar um resultado esperado.
Ela ajuda a dar um norte, mais clareza e a diminuir a sensação de impotência que normalmente se tem em meio a situações difíceis.
Está ligada à capacidade de mobilizar recursos, internos e/ou externos, te tirando da inércia. Implica ação e informação. Saber onde você está, aonde quer chegar e como irá fazer traz a sensação de estar mais fortalecido e isso parece que já te coloca em uma posição mais favorável.
Porém, as estratégias precisam ser flexíveis, senão perdem o sentido que é nortear nosso caminho e ação. Na prática, se você fizer um plano de estudo semanal e não cumprir ou começar a ver que não funciona, vale rever esse plano e fazer outro que seja mais factível de ser cumprido. Simples assim!
Me lembro da frase de Alvin Tofler (1928-2016), escritor e futurista norte-americano conhecido pelos seus escritos sobre a revolução digital, entre outros (Wikipedia) – “If you don’t have a strategy, you’re part of someone else’s strategy ” ( Se você não tem uma estratégia, você é parte da estratégia de alguém).
Muito bom ter a sua! Mas para isso é crucial ter clareza do seu propósito!
3. O tal do propósito
A palavra propósito ficou um pouco desgastada, e para muitos nem é tão importante assim achar o seu porquê na vida e está tudo certo. Porém, especialmente depois que parti para carreira solo em agosto de 2019, comprovei que encontrar o que te move e faz brilhar os olhos faz a diferença.
Segundo o dicionário Houaiss, vem do latim “propositus, partícipio passado do verbo proponere” de “pro (à frente) + “ponere” (colocar) significando “pôr diante [de], expor à vista”, “colocar à frente”.
Em sua raiz “propósito” está ligado a algo aparentemente simples – o que foi colocado à minha frente, que pode representar algo a meu favor ou um obstáculo. No decorrer do tempo, parece que o sentido vinculado a algo positivo predominou.
Atualmente, designa “intenção”, “aquilo que se busca alcançar quando se faz algo, objetivo, finalidade”, “aquilo que alguém se propôs, porque decidiu”. (Houaiss). Ou seja, o que foi colocado à frente dos meus olhos, hoje está atrelado a algo para o qual vale a pena mobilizar meu foco, atenção, desejo, energia e sentimentos para alcançá-lo.
Roberto Trajan em seu livro “O velho e o menino” (indicação do Murilo Gun) explica a importância de reconhecer qual o nosso propósito, pois tudo então fará sentido:
“Por experiência própria, descobri que um propósito bem definido proporciona transformações na vida. As oportunidades aparecem, porque a atenção está concentrada no propósito e em tudo o que ele se relaciona. A tomada de decisão torna-se mais fácil, porque passa a ter um parâmetro que facilita as escolhas. O desejo, a base do propósito, aciona a motivação e se contrapõe ao medo”.
É o combustível que te faz agir e deixar sua marca e legado no mundo. Fazer a diferença!
E há diversas formas de identificar o seu propósito. Você pode investir em cursos, mentorias e ferramentas como a Matriz Ikigai (‘razão de ser”), ou começar pelo “Golden Circle” (Círculo Dourado) de Simon Sinek, começando pelo porquê: