Por Vera Natale
A desejada realização profissional está no radar de muita gente. A pesquisa “People at work 2022: a global workforce view” (Pessoas no trabalho 2022: uma visão global da força de trabalho), realizada pelo ADP Research Institute com cerca de 33 mil trabalhadores em 17 países, apontou que quatro em cada cinco brasileiros consideram mudar de carreira. Isso porque a infelicidade com a própria carreira é algo muito comum e isso não é de hoje!
Os motivos podem ser vários: definição da profissão muito cedo ou por imposição dos pais; falta de perspectiva de crescimento profissional; desejo de ter um salário mais alto; vontade de aprender novas habilidades; má relação com a gestão ou colegas; ambiente de trabalho ruim; busca por melhor qualidade de vida, especialmente no pós-pandemia, demissão inesperada, entre outros.
Mário Mello, CEA, CFP® , o entrevistado desse episódio da série “Com a palavra”, não fez parte dessa estatística, mas bem que poderia se a pesquisa tivesse sido feita anos antes.
Ele já migrou de carreira mais de uma vez e se enquadra ora em um dos motivos acima descritos, ora em outro. Mas isso não importa.
O mais importante é que ele soube como ninguém colocar para jogo a sua coragem de sair da zona de conforto, mergulhar no novo e se reinventar até fazer falar mais alto o que o seu coração pedia.
Hoje, ele ajuda pessoas a conquistarem seus objetivos por meio da assessoria financeira e vai compartilhar aqui sua história de reinvenção, além de dar dicas valiosas (olha o trocadilho 😄) sobre finanças pessoais.
Vem junto!
Os números falaram mais alto
Mário se formou em engenharia elétrica pela Universidade Federal de Itajubá, no sul de Minas Gerais, e declara que não tem nada para ser “romantizado” nessa escolha.
Não pretendia seguir os passos de seu pai, seu Luiz Alberto, engenheiro químico de formação, poeta e uma grande influência para ele.
Mas na época de ele optar por uma carreira, no início da década de 1990, acabou prestando para engenharia, pelo exemplo paterno tão presente, mas também, e curiosamente, para direito.
Ele passou nessas duas áreas completamente distintas e não foi difícil fazer a escolha, pois estava em alta um curso novo chamado engenharia da computação que, resumidamente, era a junção de ciência da computação e engenharia elétrica.
Como matemática havia sido sempre o seu forte na escola, ele uniu o útil ao agradável e acabou decidindo pelo mundo da engenharia, sem saber ao certo o que iria encontrar pela frente.
Sua formação durou seis anos. No entanto, sua carreira de engenheiro durou apenas quatro meses, período em que trocou ideias com várias pessoas atuando há muito tempo na área e que o fez ter a certeza de que a “profissão engenheiro” não era o que iria lhe motivar para o resto da sua vida.
Porém, isso não é motivo de arrependimento. O saldo dessa formação é muito positivo:
“Hoje vejo que foi uma decisão muito boa, pois um engenheiro é formado para resolver problemas e criar soluções de melhoria com recursos limitados, essa é a essência de engenhar”. (Mário Mello)
A culpa é do Descartes
Mário tinha um desafio que era justamente decidir o que fazer dali em diante e pensou, inclusive, em fazer um mestrado em alguma área de produção.
Mas, sua curiosidade por aprender novas habilidades e o desejo de experimentar novos rumos o levou a se aplicar a uma vaga de consultor em uma consultoria de gestão empresarial.
Abraçar essa nova carreira fez um enorme sentido para ele:
“A consultoria me encantou e aprendi demais no caminho. Me ensinou a ter foco, a resolver problemas com base em um método (meta + hodos= caminho para a meta), a diagnosticar bem os pontos de melhoria em uma empresa, a seguir estudando permanentemente e a estabelecer metas e objetivos para os outros e principalmente para mim”. (Mário Mello)
Essa percepção de que estava no caminho certo, e que brotou nessa ocasião, encontrou conexão com as ideias do famoso do filósofo, físico e matemático francês René de Descartes (1596-1650), em seu “Discurso do Método” que havia lido ainda adolescente e admirava desde então.
Nesse momento de sua vida, percebeu o que lhe movia na carreira de consultoria em gestão e que “casava” perfeitamente com o que o filósofo havia tão bem enunciado séculos antes em quatro etapas.
Resumidamente:
- “Arquitetar” suas ideias buscando sempre embasá-las em fatos ou evidências;
- Analisar os fatos dividindo as dificuldades em quantas partes fossem possíveis para melhor resolvê-las;
- Sintetizar sua análise conduzindo seus pensamentos do mais simples até os mais complexos;
- E finalmente, verificar a coerência do que foi analisado, o que ficou faltando para gerar resultados que proporcionassem melhores escolhas para as empresas de seus clientes!
Bagagens para toda uma vida
Mário passou um bom tempo na área de gestão.
Viajou muito e já que seus projetos de consultoria em geral não duravam mais que um ano aprendeu, sobretudo, a valorizar pessoas que ia conhecendo na jornada e os pequenos prazeres que podem passar despercebidos no corre-corre cotidiano.
Teve, aliás, a oportunidade de atuar não apenas em projetos nacionais como em internacionais – trabalhou no México, Colômbia, Guatemala, Estados Unidos. Mas, após quase 17 anos de empresa, veio uma inesperada demissão.
Ficou apenas quatro meses desempregado e logo depois começou a atuar como consultor de gestão em uma grande empresa do setor de papel e celulose.
Porém, nesse breve período entre um emprego e outro decidiu investir em si – no seu autoconhecimento e autodesenvolvimento, conhecendo melhor suas “fortalezas e fraquezas”; o porquê fazia o que fazia como prega Simon Sinek, uma grande referência para ele assim como Brené Brown e Dale Carnegie, que falam de pessoas, empatia e a coragem de ser quem você é e de enfrentar seus sonhos.
Nessa lista do Mário ainda estão o Ayrton Senna, Michael Jordan e Gustavo Kuerten, que acabam sendo referências importantes para ele não só pelo sucesso que alcançaram, mas pela forma como conduziram suas vidas.
Revisitando uma antiga paixão
A demissão também o fez refletir o quanto os momentos mais queridos ao longo de sua trajetória profissional envolviam muito mais que apenas gerar resultados para empresas.
Englobavam estar ao lado das pessoas e poder trocar experiências, compartilhar momentos muito preciosos e por que não vibrar com suas conquistas.
Entendeu, enfim, que queria atuar mais de perto com pessoas ao invés de apenas com empresas, ficou tentado a empreender, pela primeira vez.
Para tanto, ele foi atrás de conhecer o que tocava seu coração e acabou redescobrindo uma antiga paixão sua – o mundo dos números, das finanças e investimentos:
“Desde a faculdade, o assunto ‘finanças’ já me interessava. Tanto que minha monografia foi sobre o desenvolvimento de um software de engenharia econômica que ajudava a pessoa a tomar a decisão sobre viabilidade de projeto de modo a escolher a solução mais rentável”. (Mário Mello)
Por mais paradoxal que possa parecer, Mário encontrou na área financeira um novo caminho para se aproximar mais das pessoas e auxiliá-las a conseguirem realizar seus objetivos e sonhos.
Afinal, como ele mesmo diz:
“O que leva alguém a investir se não para conseguir realizar algum sonho, seja viajar, comprar sua casa, se aposentar com dignidade, educar seu filho, planejar o casamento dos sonhos ou o que quer que você sonhe fazer?” (Mário Mello)
Começou, assim, a preparar nova transição de carreira enquanto ainda trabalhava como CLT. Foi fazer uma pós-graduação na área, obteve várias certificações importantes como a CFP® (Certified Financial Planner) que dá uma visão completa sobre o setor financeiro e a cada passo tinha a certeza renovada de que estava no caminho certo.
O plano deu certo e em 2019 ele partiu para empreender na carreira financeira com a missão de “ajudar pessoas a realizarem seus sonhos por meio da assessoria financeira”:
“Agora a cada projeto, sonho ou objetivo realizado por um cliente através da assessoria vibro junto e vejo como é possível fazer a diferença com o conhecimento já adquirido”. (Mário Mello)
As comunidades que nos uniram
Conheci o Mário em duas comunidades que ingressei logo que decidi construir minha presença digital aqui no LinkedIn
Uma foi a da Laíze Damasceno 🏳️ 🌈, do Marketing de Gentileza, e a outra é a do Dimitri Vieira, dos seus cursos “Escrita Criativa e Storytelling” e “LinkedIn para marcas pessoais”. Pessoas e profissionais que admiro muito.
Não demorou para perceber que tínhamos coisas em comum além das comunidades – somos nascidos em Santos, cidade litorânea em São Paulo, temos um gosto musical bem eclético; gostamos de ler (poesia incluída) e escrever; de investir em qualidade de vida; valorizar as pequenas alegrias do dia a dia; e de estar próximo às pessoas.
Precisamente por prezar essas trocas e aprendizados com as pessoas é que ele lançou, em abril de 2021, sua newsletter, “Café com finanças”, em que entrevista pessoas para falar de suas trajetórias de carreira e a relação que elas têm com as finanças.
Feliz sinergia!
No final de 2020 e início de 2021, quando ainda estava planejando meus conteúdos, imaginei fazer essa série “Com a Palavra” e tinha uma forte referência e algumas inspirações aqui do LinkedIn – o Mário era uma delas! (Veja neste post como nasceu a série – https://bit.ly/3EMlLeK)
Qual não foi minha surpresa, que fui entrevistada por ele praticamente 1 mês antes de eu lançar “Com a palavra” e achei muita sinergia – Por que descomplicar sua escrita ajuda você a se comunicar melhor?
Fiquei numa alegria só e achei incrível como o universo conspira quando a gente decide fazer o que a alma pede e a história do Mário sempre me inspira nesse sentido.
Agora, a palavra é dele! 😊
Com a palavra, Mário Mello
1.Quais foram seus principais desafios nas duas vezes que fez transição de carreira – primeiro saindo da área da engenharia para a gestão e depois para a de investimentos?
Mário Mello: Da engenharia para gestão acho que foi mais simples porque não passei tanto tempo atuando como engenheiro, mas teve o desafio de sair da área técnica e passar a entender um pouco de administração e de como incentivar pessoas.
Já da gestão para os investimentos o maior desafio foi interno, eu precisava me preparar e achava prudente ter algum modo de certificar este conhecimento para fazer sentido para os meus clientes: como alguém que veio da gestão poderia ajudá-los a investir?
Mas aí houve uma complementariedade que me ajuda até hoje, que é a bagagem em gestão e que me permite traçar metas claras e estruturar bem o processo de atendimento e de rotina diária.
2. O que você teve que (re)aprender e desaprender em sua vida pessoal ou profissional e que hoje faz uma enorme diferença nas suas atuais atividades?
Mário Mello: Que pergunta complicada de responder de bate-pronto Vera. Desaprender e reaprender parece tão simples quando se fala, mas na prática exige muita disciplina e resiliência.
Diria que os relacionamentos interpessoais (lidar com pessoas) têm sido o que tive e ainda estou tendo que desaprender e reaprender . Na época em que trabalhei como consultor de gestão eu era meio desatento a essa questão e criava poucos vínculos (acho que também por viajar demais e não permanecer tanto tempo no mesmo projeto).
Este comportamento de trabalho também afetava negativamente o lado pessoal. Hoje, percebo que tenho dedicado mais tempo para reaprender e melhorar minha relação e convivência com as pessoas, me interessando mais genuinamente por elas.
E por mais paradoxal que possa parecer, isso tem feito toda a diferença na minha vida pessoal e profissional!
“Se pudesse dar um conselho diria a qualquer pessoa que esteja lendo este texto para focar a sua energia nas relações humanas, o restante virá como consequência” (Mário Mello)
3. Quais os bônus e o ônus de ser um assessor de investimentos com a economia nem sempre muito estável?
Mário Mello: Não sei se as palavras ônus e bônus são as que mais expressam os perrengues e o glamour da profissão, mas temos de nos conscientizar e exercitar que o assessor é muito análogo ao consultor de gestão, a principal função é trazer a melhor informação para que o investidor decida o melhor investimento para ele.
O desafio é tirar as suas crenças e vieses e ser capaz de apresentar de forma isenta as melhores alternativas para cada investidor.
Já o fato de não ter muita estabilidade é o que traz oportunidades, uma frase que ouvi e falei muito em gestão é “Onde há variação há oportunidade”. Logo, uma economia estável demais não traz tanta oportunidade.
4. A área de finanças em geral, em especial a de investimentos, é cheia de termos ou jargões específicos que são muitas vezes bem complicados de entender. Como você trabalha com seus clientes para descomplicar esses termos e conceitos que a maioria desconhece? E como você transmite mais segurança a quem deseja investir?
Mário Mello: Vera, isso é um dos maiores desafios. Acredito que temos muito mais dificuldade de investir (ou confiar em qualquer profissional) quando não entendemos o que é falado.
Tento evitar ao máximo jargões e trazer os conceitos da área para uma linguagem mais simples. Costumo dizer que sou um “médico de dinheiro” e preciso que o paciente seja honesto sobre os sintomas de sua saúde financeira para poder receitar a melhor sugestão de aplicação.
A transmissão de segurança a meu ver tem muito a ver com confiança e transparência, tento estar próximo quando os investimentos vão bem e mais próximo ainda quando começam a ir mal, é muito importante tentar sanar todas as dúvidas do investidor por mais simples que ele acha que sejam.
5.Quais habilidades você considera fundamentais para quem deseja trabalhar na área de investimentos?
Mário Mello: Na Assessoria de investimentos a pessoa tem que gostar de pessoas, não há como prosperar sem isso, também será necessário ter resiliência e disciplina, além de gostar de estudar constantemente.
6.Que conselhos ou dicas você daria para quem começar a investir e não sabe nem por onde começar?
Mário Mello: Aconselho buscar um profissional do ramo antes de começar a investir, assim como não tomamos remédio sem consultar um médico, costumamos consultar um personal trainer na primeira vez que entramos em uma academia, para um processo legal recorremos a um advogado, o conselho é tratar as suas finanças com o mesmo profissionalismo que trata as demais áreas.
7. Qual a relação entre finanças pessoais e realização de sonhos que, aliás, é tema de seu e-book “Como viajar mais fazendo 3 simples ajustes nas contas pessoais”?
Mário Mello: Excelente pergunta! Gosto muito de um livro do Simon Sineck “Comece pelo porquê”.
“Acredito que as finanças fazem sentido quando servem a um propósito ou sonho, caso contrário é apenas um número na tela do seu celular.
Tendo claro qual é o sonho, as finanças pessoais só vão ajudar a tangibilizar e viver este sonho mais rápido” (Mário Mello)
8. Quando e por que decidiu investir na produção de conteúdo e na sua marca pessoal aqui no LinkedIn? Quais os frutos até o momento?
Mário Mello: Confesso que começou para eu contestar alguns feedbacks que havia recebido e achava estranho – a, de que eu não escrevia bem.
Nasci em uma família onde a leitura sempre foi estimulada desde criança e achava estranho alguém que lê bastante não ter capacidade de escrever.
“Ficou claro para mim que a minha marca pessoal tinha de ser trabalhada após minha demissão, pois ninguém nos vende melhor que nós mesmos.
É importante contar sua história, apresentar suas realizações ou ninguém irá saber o que você faz”. (Mário Mello)
Tenho colhido frutos a cada dia: seja por ser lembrado e indicado como um profissional da área de finanças ou convidado para atuar em projetos do setor. ejo que é um processo contínuo a construção e manutenção da marca pessoal.
9. Qual sua relação com o mundo da escrita, “amor ou guerra”?
Mário Mello: Atualmente é uma relação de amor, Vera. Aos poucos fui encontrando um estilo e nas entrevistas achei um caminho maravilhoso.
Contar a história das pessoas envolve trabalhar com as relações interpessoais e é uma das coisas que me dão muito prazer.
Além disso, eu quero muito aprimorar essa habilidade, então, essa é também uma ótima oportunidade para exercitar a empatia, a real escuta e interesse pelas pessoas.
Tornar as pessoas entrevistadas em protagonistas da história, se preocupar em conhecê-las bem, fazer boas perguntas, me enche de alegria.
10. Se você tivesse que conversar com um(a) escritor(a) qual seria, por qual razão e o que você gostaria de falar ou perguntar a ele(a)?
Mário Mello: Caramba, difícil citar um só. Gostaria de conversar com o John Steinbeck autor de “Viajando com Charley” e conseguir viver a escuridão maravilhosa que ele transmite nesse seu livro, cruzando os EUA em companhia de seu cachorro Charley.
Também adoraria uma conversa com Dale Carnegie autor de ” Como fazer amigos e influenciar as pessoas” pelo seu conhecimento do ser humano.
Outro que não faltaria é nossa poetinha Vinícius de Morais, com sua poesia maravilhosa.
Dicas do Mário
📽 Filmes:
- “Sociedade dos poetas mortos” que é para mim um filme maravilhoso sobre a arte de ensinar.
- “Ao mestre com carinho” também merece ser visto.
📚 Livros – indico o maravilhoso “Desafio aos deuses a fascinante história do risco”.
🎶 Música – Sou mais eclético: amo os Beatles, Queen, Ramones, Elvis e Sinatra.
Uma que pela letra sempre me chama a atenção é “My Way” do Sinatra.
Frase ou palavra que o inspira
“Tudo que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado” (Roberto Shinyashiki)
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Espero que você aproveite muito a história e as dicas preciosas do Mário Mello, seja para concretizar os seus sonhos ou para fazer uma transição de carreira.
Para aprender mais com ele ou saber mais sobre como investir, se conecte com ele aqui no LinkedIn e no Instagram e, claro, assine a newsletter dele, “Café com Finanças”.
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Esse foi o 15º episódio da minha série de entrevistas “Com a Palavra”, originalmente publicada no LinkedIn.
Crédito das fotos: Todas as fotos usadas são do arquivo pessoal de Mário Mello.
Imagem e descrição de capa: foto do arquivo pessoal de Mário Mello, editada no Canva em preto e branco e efeito pixelado.
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Confira as entrevistas anteriores da 2ª temporada da série “Com a palavra”
#10 Fernanda Pasquale – “Os desafios da comunicação além-mar”.
#11 Paty Cozer – “As dores de ser uma pessoa altamente sensível num mundo acelerado e carente de mais inclusão”.
#12 Juliana Algodoal – “Conheça por que se comunicar bem se tornou uma das habilidades mais valorizadas nessa era tecnológica”.
#13 Dalva Corrêa – “Escrita autêntica – muito além da técnica, uma prática para “mergulhar no mar de dentro”.
#14 Flávia Lippi – “Será que existe uma equação para uma vida mais plena e equilibrada?”
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